Se há duas coisas que ninguém gosta de perder, elas são: tempo e dinheiro. Por isso, quando se trata de investir toda a sua capacidade de dedicação e seu capital em alguma nova ideia, você quer garantir que os riscos sejam os menores possíveis. Um estudo de viabilidade pode ser a ferramenta ideal para isso.
Esse é um documento que agrega uma série de levantamentos, informações e cálculos para, idealmente, dizer se um negócio ou projeto vale ou não o investimento que demanda. Ou seja, por meio de um cuidadoso processo de estimativa, ponderações e ajustes é possível prever dificuldades, fazer melhorias com antecedência e evitar desperdícios. Se interessou? Continue lendo para entender melhor como criar um estudo de viabilidade de qualidade.
Itens essenciais em um estudo de viabilidade
Para chegar a um resultado satisfatório, o estudo de viabilidade deve passar por algumas etapas importantes: pesquisa mercadológica, projeção de receitas, projeção de despesas, previsão de fluxo de caixa e cálculos conclusivos. Dessa forma, é possível ir mensurando, passo a passo, cada parte do que pode se tornar um projeto (ou uma empresa) de sucesso.
É importante levar em conta ainda que outras variáveis podem interferir para que o resultado final não seja como o demonstrado no estudo de viabilidade. Um exemplo claro disso são as crises econômicas e os desastres naturais, fatores externos que podem impactar nas contas do negócio. Então, seja na forma de um seguro ou de uma análise de tendências, esses imprevistos precisam estar no rol de possibilidades.
Pesquisa mercadológica
Talvez esta seja uma das etapas mais importantes e mais negligenciadas para se avaliar a viabilidade de um negócio: saber se ele realmente vende. Ou seja, buscar no mercado potencial um retorno das pessoas sobre a ideia ou projeto que quer tirar do papel. Pelos próximos meses ou anos, você estará dedicado àquilo, então, é importante saber se os potenciais consumidores estarão interessados.
Há várias formas de conduzir uma pesquisa mercadológica, seja tentando identificar necessidades, testando amostras com grupos focais ou aplicando questionários para avaliar a aceitação. Mas, em todos, o principal é estar aberto a mudanças. A pesquisa serve para aperfeiçoar uma ideia antes que ela seja tirada do papel.
Projeção de receitas
Essa parte do estudo é dedicada a estimar o quanto o negócio vai gerar de retorno para quem investir. Nesse ponto, é preciso levar em consideração o crescimento médio do setor, as estimativas de público potencial, a capacidade de expansão e os objetivos estratégicos do negócio.
Não se trata aqui de contar um conto de fadas, mas de buscar números realistas e o mais fundamentados possíveis para minimizar os riscos de erro. É sempre melhor optar por um cenário mais cauteloso para se surpreender positivamente depois, do que o contrário.
Projeção de despesas
Neste ponto, tudo o que for necessário gastar precisa ser contabilizado. Investimento inicial, empréstimos necessários, compra de equipamentos, compra de matéria prima, aluguel, contas fixas, previsão de investimentos e reembolsos, as despesas. O que vai ser necessário investir para alcançar as receitas que foram estimadas no item anterior?
Nesse ponto não se pode esquecer que a empresa e/ou o projeto se transformará ao longo do tempo. Ou seja, não basta considerar os investimentos iniciais, é preciso incluir também possíveis manutenção e compra de novos equipamentos ou expansão de sede, por exemplo, e assim por diante.
Três indicadores essenciais: VPL, TIR, Payback
Valor Presente Líquido (VPL) – Essa é uma equação que estima a variação do dinheiro ao longo do tempo. Ou seja, leva em consideração aspectos como uma taxa mínima de retorno que um investidor quer (chamada TMA, geralmente equiparada no Brasil à Selic), além do fluxo de caixa da empresa. Ele é um ótimo indicador de viabilidade, do ponto de vista financeiro.
Taxa Interna de Retorno (TIR) – Cálculo percentual do rendimento da empresa em função do fluxo de caixa estabelecido. Pode ser calculado anualmente, mensalmente ou de acordo com o fluxo da empresa em questão e também pode ser comparada à TMA/Selic.
Payback – Levando em consideração as estimativas de crescimento e rentabilidade, é o tempo necessário para se alcançar o chamado break even, ou seja, o instante em que as atividades da empresa conseguirão custear os investimentos iniciais. Neste sentido, quanto menor o tempo de payback, mais atrativo pode ser o negócio, principalmente para investidores.
Bônus: Capital de Giro – Este não é um indicador, mas é uma das informações essenciais que você precisa ter na ponta do lápis. O Capital de Giro é o valor que você precisa para manter sua empresa funcionando. Abrir as portas não é suficiente, é preciso levar em consideração o valor necessário para aquisição de estoque e manutenção, além do necessário em caixa que sustente a empresa até que os ciclos de vendas e pagamentos se completem. Não se esqueça também de acrescentar aquele valor corrente que precisa ter em caixa no dia a dia do negócio.
Antes de começar uma empresa ou um projeto, uma série de precauções podem ser colocadas em prática. Como você pode ver, o estudo de viabilidade é uma garantia para o investidor de que aquele negócio realmente vale a pena. Por isso, é essencial que ele seja feito de forma cautelosa, minuciosa e com rigor. Assim, os bons resultados serão a consequência. Depois de tirar do papel, com os bons resultados, o funcionamento do negócio vai ficando cada vez mais complexo, por isso é importante saber como fazer uma Gestão Financeira Empresarial de forma prática e estar preparado!
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