As transformações que a tecnologia trouxe para o nosso dia a dia também estão impactando cada vez mais o ambiente de trabalho. Não só otimizando os processos internos das empresas, mas revolucionando o jeito de trabalhar em si. Por isso, hoje, vamos falar um pouco sobre a flexibilização do trabalho e como ela pode melhorar a vida dentro do seu negócio.
Antes de qualquer coisa, é importante destacar: você sabe o que é a flexibilização do trabalho? A expressão “home office” tem se popularizado, ainda mais depois das mudanças nas leis trabalhistas brasileiras que entraram em vigor em novembro de 2017, regulamentando o chamado teletrabalho. Mas o conceito é muito mais amplo.
A flexibilização também pode acontecer com variações nos horários de entrada e saída, carga horária reduzida em dias específicos, o part-time (que diminui a jornada semanal pela metade) e a licença não-remunerada. A ideia central é buscar na tecnologia, alternativas que deem qualidade de vida aos empregados e melhore a eficiência da empresa.
Melhor para todos
De acordo com o portal da revista Veja, um levantamento feito pela consultoria Randstad, 90% dos entrevistados brasileiros prefere uma jornada de trabalho mais flexível. Por outro lado, conseguir transferir a atividade laboral para a casa dos funcionários representa uma redução drástica dos gastos da empresa com transporte e da perda de tempo de deslocamento.
Além disso, o investimento na melhoria da qualidade de vida dos funcionários pode se converter em um aumento de rendimento e produtividade. Ou seja, quando a realidade de cada empresa é levada em consideração, é possível construir um cenário em que o empregado esteja mais satisfeito e a empresa alcance melhores resultados.
Novos horizontes
A organização interna das empresas precisa acompanhar as transformações do mercado. Por isso, é cada vez mais comum que a flexibilização também signifique mudanças na carreira dos profissionais que desejam se manter atualizados. O que, há alguns anos, poderia ser uma função destinada a duas ou três pessoas, com o uso apropriado da tecnologia, pode ser concentrado em um funcionário.
Processos de organização, como a geração de relatório de viagens, alimentação de banco de dados, gestão financeira e elaboração de projetos podem ser automatizados, permitindo que as pessoas se dediquem a atividades mais complexas com foco total.
Então, empregados que estão dispostos a se abrir para novas possibilidades dentro da carreira ganham pontos. Isso pode e deve ser estimulado pelas lideranças. É uma forma de dar mais dinamismo à equipe e também mais força de negociação para os empregados que pensem em pleitear uma jornada de trabalho mais flexível.
Menos trânsito, menos custos e mais tempo livre
Funcionários com jornada de trabalho mais flexíveis podem conciliar melhor a vida profissional e pessoal. Os horários de chegada e saída, por exemplo, podem ser adaptados para aqueles que pretendem fazer uma atividade física em horário comercial, um curso de capacitação ou mesmo passar um tempinho a mais com os familiares.
Além disso, é preciso quebrar barreiras. Por exemplo, quantos dias da semana cada funcionário é realmente imprescindível dentro da empresa? Muitas companhias estão criando escalas com dias em que a pessoa possa trabalhar de casa. Usando sistemas de comunicação remota, videoconferência, conversas instantâneas por smartphones etc., em muitos casos o empregado pode exercer suas funções se comunicando de casa. São menos gastos para quem trabalha, mais tempo poupado e também para a empresa.
Home office ou teletrabalho
Diferente da escala com dias isolados fora da empresa, o teletrabalho é uma modalidade de emprego, regulamentada no país em 2017, em que o funcionário majoritariamente trabalha em casa. Nesse cenário, a presença na empresa pode acontecer em reuniões específicas ou situações de demanda pontuais, mas o regime laboral e o contrato empregatício é diferenciado.
Quem pode flexibilizar?
É claro que a flexibilização do trabalho é uma possibilidade que varia de acordo com a função, a empresa e o momento. A não ser que uma fábrica disponha de equipamentos automatizados para execução de uma tarefa específica, por exemplo, logicamente demandará o funcionário in loco. Mas, em maior ou menor grau, esse conceito pode ser aplicado a todas as companhias.
O essencial é ter um olhar atento para os processos internos, as necessidades da empresa, os anseios dos profissionais e as inovações do mercado. Uma nova criação tecnológica pode mudar um segmento rapidamente. Basta pensar em exemplos como a multinacional Uber, de transporte particular. Um aplicativo que permite parceria com motoristas no mundo inteiro, com pouca burocracia e que possibilitou a essa empresa reduzir drasticamente a quantidade de empregados dentro da sede em comparação com uma tradicional empresa de transporte executivo.
Confiança, monitoramento e comprometimento
A principal ferramenta necessária para que essa possibilidade possa ser colocada em prática é o diálogo. Gestores e funcionários precisam estabelecer uma forte relação de confiança e comprometimento. Ou seja, essas mudanças não podem ser vistas como uma chance para ser menos produtivo.
Os perfis de cada funcionário também devem ser levados em conta. Algumas pessoas preferem o ambiente corporativo, a relação com os colegas de trabalho, a imersão na atmosfera laboral para executar bem suas tarefas. A imposição não deve existir quando falamos sobre flexibilização do trabalho. Em comum acordo, os envolvidos devem estabelecer critérios e expectativas. Assim como formas de monitoramento para constantemente reavaliar a iniciativa.
Como a lei brasileira encara a flexibilização do trabalho?
As mudanças que entraram em vigor no Brasil reconhecem o teletrabalho (home office) e exigem um contrato específico sobre o caso, que inclui o ônus da empresa para aquisição de equipamentos ergonômicos necessários para a realização das atividades. Além disso, no caso do part-time, ou seja, a redução da jornada de trabalho pela metade, um novo contrato também deve ser firmado, deixando claras as questões salariais e direitos/deveres das partes envolvidas.
Nos outros casos citados, um acordo interno é suficiente. Como uma escala de horários, dias eventuais de trabalho remoto etc. Sempre levando em consideração a realidade específica de cada funcionário, cada cargo, cada empresa e cada momento.
Respeitando as peculiaridades de cada caso, a flexibilização do trabalho é uma tendência que já está transformando a forma como as pessoas lidam com seus empregos e carreiras. Mas, além da empresa e do escritório de casa, outras possibilidades de ambiente laboral têm se consolidado. Continue lendo e conheça dicas de inovações para o seu negócio!
Tags: homeoffice, produtividade, trabalho remoto